MÃE; na prática : Chegou o dia do Artur nascer!

Olá,
Finalmente, após uma gravidez de muito repouso, um tentativa totalmente frustrada de fazer um ultra som 3D, em que o médico me devolveu o dinheiro e ficou por quase 1 hora dando soquinhos na minha barriga pra ver se o Artur mostrava algo além dos pés, chegou o dia do nascimento, quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009. Voltando um pouco, eu havia feito um ultra som com doppler na segunda dia 09, e o peso do Artur havia aumentado significativamente 2660g e 48cm de comprimento, eu ja estava na 37ª semana e retornei ao médico dia 11, entrei na consulta e ele ja me recepcionou comentando que havia pensado a noite toda no meu caso, verificou minha pressão, olhou meus pés e pernas, inchados demais, de verdade, era de impressionar, e ele me falou amanhã quando você chegar na maternidade....e eu: amanhã???? como assim???? e então ele me passou todas as recomendações o horário do jejum, me pediu pra tomar 2 copos de suco as 5h da matina de laranja com mamão e muito,mas muito açucar, e o Artur nasceria as 12h mas ele nasceu as 12h44.
Fui para casa e pensei, verei o rosto do meu pequeno finalmente e milhões de outras dúvidas desde cor de cabelo e olhos até se ele seria calmo, se saberia mamar, etc. Eu queria descansar e avisar meus amigos, estava muito calor e eu só queria dormir por que pensei, esse é o último dia do resto da minha vida que eu ficarei sozinha, que eu dormirei profundamente, e não que eu achasse isso ruim, não; mas eu queria descansar por que eu pensava: amanhã a essa hora ja serei mãe e depois de amanhã, ja estarei com a mão na massa.Mas não pude descansar por motivos secundários...rsrsrs então quando tive paz e fiquei sozinha, fui rever as malas, o quarto, lembrancinhas que até então eu não havia colocado a data de nascimento, deixar a casa no jeito, orientação para meus irmãos cuidarem dos meus cachorros, etc...e de verdade eu estava muito tranquila e calma e confesso que isso é fruto do seu relacionamento com seu médico e a confiança que tem no mesmo.
A noite eu precisava dormir, porém ja fazia alguns meses que eu não dormia,por conta da falta de ar, calor, tamanho da barriga, azia que só me dava de madrugada, xixi de 1 em 1 segundo, e a festa que o artur fazia na minha barriga, ele não me chutava, ele passava o pé do lado e dava pra ver a onda na barriga e ele ficava cutucando minha barriga com a ponta do dedão do pé, parecia que ele estava beliscando...rsrs.
Eu pensei, essa é minha última noite de sono sem interrupções, e eu até que dormi um pouco, no dia do nascimento, tomei banho fui pra maternidade que é super perto de casa, estava chovendo, mas muito calor, subi pro meu quarto 312, me troquei, tirei brincos, piercing, etc e lá fui eu pro pré-operatório, fiquei lá sozinha, meu médico chegou, e nadaaaaa...então ouvi um bebê chorar e chorei também....pensando logo ouvirei o choro do meu! eu estava conversando com o Artur, avisando o que aconteceria, que não era pra ele ter medo, que a mamãe estava muito feliz e esperando pra pegá-lo nos braços, e então lá fui eu, uma correria por que estava tudo atrasado, eu não estava com medo da cirurgia, estava com medo da anestesia, e pra minha sorte peguei uma mulher ( que eu ja não gosto muito de médicas mulheres), e ela era uma carniceira...colocou aquela agulha enorme nas minhas costas, eu tomei raqui, e comecei a sentir muita dor nas pernas, doia tanto que minhas mãos começaram a pingar de suor e eu sou firme e forte, dificilmente reclamo de dor, mas chegou uma hora que eu não estava mais aguentando e perguntei o que estava acontecendo, se era normal aquilo, e ela me falou: é; vai doer mesmo, vc tem um desvio na coluna, né? eu falei tenho, mas vc não me perguntou nada, e ela me deu a feliz notícia que teria que me furar de novo, e daí quando ela acertou eu nem senti, então começou, e eu não senti nada me deu um pouco de náusea, e sono, muito sono, o papai chegou, meu médico me avisou que o cordão do Artur estava bem enrrolado no pescoço, uma novidade, o que nos deixou muito ansiosos, meu líquido estava amarelando já, e eu comecei a sentir meu coração bater na cabeça avisei a anestesista que me injetou remédio no soro e pediu pra eu respirar fundo 2 vezes que o bebê nasceria, eu só queria ouvir o choro dele e então..nasceu meu pequeno, chorou forte, 2880g e 48cm...mas eu não o vi, fiquei chorando esperando a hora que o veria, pois por causa dos problemas e muito medicamentos na gravidez ele precisava ser avaliado rapidamente, felizmente o APGAR dele foi 8 e 9 e eu eu me senti ótima, afinal eu estava conseguindo respirar...rsrsrs
A médica me trouxe o Artur e me disse, mãe, olhe ele rapidinho, por que ele vai precisar ficar no oxigênio, que ele não esta respirando direito ainda, olhe o nariz dele , as narinas "batiam" como dizem os médicos, elas abriam mais que o normal, mostrando que o bebê esta se esforçando muito pra respirar, e então começou meu pesadelo e eu nem sabia!
Disse olá, meu filho, mamãe te ama, vc é lindo, cheirei meu bebê, ele estava quentinho, e eu me desmanchei em lágrimas e ela o levou pro berçário, eu fui para o pós operatório, e queria dormir mas cada hora vinha alguém me perguntar algo, senti, muito calor, uma coceira insuportável no rosto, dizem que é um efeito da raqui, e eu tomei morfina também e tive reação alérgica no dia seguinte, o fato era que a anestesia não passava e eu comecei a entrar em pânico pois eu queria mexer as pernas, mudar de posição e nada....queria ver meu filho, saber dele, até que as 18h me vem a pediatra que estava com ele quando ele nasceu e me disse: " mãe, vc não vai lembrar mas fui eu quem recebeu seu bb quando ele nasceu, ele ficou por 4 h no berçário, no oxigênio, mas não adiantou, ele não esta conseguindo respirar sozinho e eu vou transferi-lo para UTI neo natal"
Eu respondi: " eu me lembro de vc, e pode transferí-lo!" pensei, o que eu posso fazer querida aqui, sem nem me mexer? Agora eu queria sair de lá por tudo, meu pai, foi lá e eu o ouvi na porta pq todo mundo estava preocupado comigo, por causa da pressão alta, achavam que algo tinha me acontecido, eu ja estava lá há muito tempo, mas a anestesista carniceira disse que enquanto eu estivesse sonolenta do jeito que eu estava e sem sentir as pernas, ela não me liberaria.
Voltei pro quarto só as 19h, e eu estava com fome, sede, e me deu uma onda de enjoou, eu passei muito mal, uns 30 minutos, meu celular não parava de tocar, e eu queria saber o que estava acontecendo com meu filho, até que tudo se acalmou por que daí ninguém mais liga pra você, mãe o foco é o bebê.
Veio um médico pediatra da UTI falar comigo, me disse que o Artur estava ótimo, que o que ele tinha era super comum, que ele estava no oxigênio, e eu falei: ah então amanhã ele estara aqui? ele me deu a triste notícia, que bb que fica na UTI não volta pro quarto só saí quando tem alta, pois há risco de infecção.
Naquele minuto metade do meu mundo caiu, eu não poderia ficar com meu filho como eu havia planejado, não receberia visitas, mas o que importava era que ele estava bem e eu perguntei, o que ele tinha e ele me disse: TAQUIPNÉIA TRANSITÓRIA DO RECÉM NASCIDO, nunca vi outra criança com isso e nunca tinha ouvido falar também. Nunca pesquisei o que é e o que causa isso e nem quero fazer por que eu sei na pele e no coração o que é!
Vieram me dar banho, e eu queria ir ver o Artur, mas as 22h o papai foi na UTI ter notícias e voltou e me disse: o Artur foi entubado! a parte ruim de ser auxiliar de enfermagem é conhecer o outro lado também, e nesse outro minuto a outra metade do meu mundo também caiu! Eu sabia o que aquilo significava, meu filho estava ligado num respirador, ou seja ele teve parada respiratória e não estava mais tudo bem!
A enfermeira que cuidou de mim era um anjo, me deu banho me colocou na cadeira de rodas as 00h e me levou para vê-lo.
Com eu reagi? pasmemmmmmmmmmm...eu fui uma fortaleza! não chorei, não me desesperei, por fora, mas só Deus e eu sabemos o que aconteceu aqui dentro e que eu me culpo até hj! nada me tira da cabeça que isso aconteceu com ele por causa da pré-eclâmpsia, ( mesmo com todos os médico dizendo que não, que não tinha como saber, etc), as vezes eu penso que é por que não fiz o repouso necessário, enfim, eu carrego essa responsabilidade, pois no dia do parto, meu único pensamento era: nossa, que baita responsabilidade, trazer essa vida ao mundo, e trazê-la bem!
Vou continuar em outro post pra não ficar muito grande esse e em outro dia também, amanhã, pois relembrar isso, ainda não é muito agradável, e minha defesa, foi realmente esquecer, eu não quis ver vídeos , nem fotos dele no berçário pois da pra ver o esforço dele pra respirar, mas tenho que comentar que assim que ele nasceu ele fez uma pose linda, fez o número 1 com o dedo indicador e colocou na bocheha...
Meu presente de Deus, abençoado, rico e cheio de saúde.